Nos meus 17 anos, conheci em encontro de
jovens uma garota de 20 anos, em bairro distante do centro da cidade de BH, até
aqui nada de mais, só que depois em um belo sábado após aula de inglês, me
deparo com ela ao sair da mesma escola e mesmo horário que o meu, até ai tudo
bem, mas o surpreendente, nós caminhávamos os mesmos 800 metros mostrados na imagem
abaixo.
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Trajetória que repetia nas voltas das aulas, fazendo sol ou tempo ruim, alias como era bom compartilhar o guarda chuva. |
Ela ia para o único ponto de ônibus que
levava direto para o bairro dela, o local coincidentemente era na porta do prédio
que meus avôs moravam e onde eu almoçava aos sábados após curso de inglês. E
assim foram por dois meses, até que após seis caminhadas nesta trajetória, convidei-a
para picolé na praça da liberdade, e lá ocorreu o primeiro beijo, próximo ao
jardim dos chafarizes.
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Pç da Liberdade, jardim do chafariz. |
Foram quase dois anos de namoro, no mês do
termino, no mesmo local em que começamos o namorar a prefeitura por total
coincidência colocou uma placa com a música travessia de Milton Nascimento
(foto abaixo):
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Placa de vidro, refletindo os chafarizes e com a letra: |
Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Estatisticamente bem improvável ocorrer todas
estas coincidências, após estes acontecimentos parei de procurar todos os porquês
da vida, comecei a ver que viver vale mais do que qualquer compreensão.